EE Pedro Victor - FDE Jardim Ataliba Leonel

Titulo do Projeto: EE JD Ataliba Leonel

Arquitetura: Ângelo Bucci e Álvaro Puntoni

Colaboradores: Maria Isabel Imbronitto, Juliana Braga, Ciro Luis Miguel, Thobias Xavier E Omar Dalank

Coordenador do Projeto/FDE: Vânia Regina Pierri Oliveira

Consultor Estrutura Pré-Moldada: Jorge Zaven Kurkdjian e Ruy Bentes

Estrutura de Aço: Adilson Luis da Costa

Hidraulica/Elétrica: Eurico Freitas Marques SCL

Construção: Construtora Annunziata CIA & Ltda

Painel: Speto

Fotos: Nelson Kon

Cliente: FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação / Secretaria de Estado da Educação do estado de São Paulo

Projeto: 2003/2004

Obra: 2006

Peço-lhes que encarem ainda uma vez o seu trabalho de um outro modo, como uma missão: criar para os meninos de amanhã lugares de origem, cidades e paisagens que constituirão o mundo das imagens e a imaginação desses meninos. E gostaria que vocês levassem em conta o contrário do que, por definição, é a sua missão: não projetem apenas construções, criem também espaços livres que preservem o vazio, para que o cheio não nos obstrua a vista — que ele deixe o vazio para o nosso descanso. [1]

O relevo acentuado que caracteriza a área onde se implantou a Escola Jardim Ataliba Leonel, Pedro de Moraes Victor oferece, como é típico destas situações topográficas, vista panorâmica do bairro, principalmente na vertente oposta do vale, marcada pelo verde da mata de uma extensa área de preservação que predomina nas cotas mais altas.

O edifício da escola foi implantado longitudinalmente ao longo de um eixo paralelo à rua Boaventura Coletti, marcando de uma esquina à outra toda a extensão desta frente da quadra.

A conciliação necessária entre os níveis do terreno e das ruas sugeriu a adoção de uma nova topografia com três platôs em diferentes níveis:

  • o de nível mais alto, junto à esquina com a rua Carlos Martel, marca o acesso dos estudantes em nível com o pátio coberto.
  • o de nível intermediário, junto à esquina oposta com a rua Jaime Frazier, marca o acesso à administração.
  • entre os dois, um platô artificialmente rebaixado para se fazer coincidir com o nível da rua Boaventura Coletti abriga a quadra poli esportiva que, nesta situação, serve aos estudantes nos horários de aula e também se abre para a cidade nos finais de semana.

As salas de aula foram todas dispostas num único nível elevado, com galerias de acesso perimetrais junto às fachadas leste e oeste que descortinam a paisagem circundante e revelam os espaços internos da Escola. Essas galerias atravessam toda a extensão do terreno perfeitamente horizontal por sobre variações de nível que marcam os três platôs junto ao chão. As salas de aula não ocupam o espaço sobre a quadra poli esportiva, mas esse vazio contém a escadaria e praça de acesso às aulas e, também, as passarelas metálicas atirantadas na estrutura de aço da cobertura que são o prolongamento das galerias das salas de aula. As duas fachadas longitudinais, e as galerias, são protegidas por painéis de maneira que atenuam a incidência do sol e da chuva.

O vazio do platô inferior é o espaço onde a escola e a comunidade se reconciliam. Reconciliam-se no mesmo nível da rua, na quadra aberta nos finais de semana e nos grandes painéis que exibem o grafite do artista. A partir daquele vazio e das passarelas que o atravessam, a partir do ponto de vista que se abre dali à paisagem os meninos poderão se situar no mundo:

o mundo das imagens e a imaginação desses meninos.

1. Pronunciamento de Wim Wenders aos arquitetos

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